O primeiro Acampamento Nacional dos Escoteiros de Portugal realizou-se em Queluz, entre os dias 13 e 23 de agosto de 1927.
O primeiro AcNac foi o corolário de um trabalho desenvolvido pela estrutura associativa que tinha assumido funções na AEP em 1921, sob a presidência do Dr. Alfredo Tovar de Lemos, antigo dirigente do 2.º grupo e médico do exército.
Assim que assumiu o seu cargo, Tovar de Lemos constatou que a falta de Escoteiros-Chefes habilitados, era um défice a suprir, razão pela qual concebeu um conjunto de ações com vista à realização de um campo-escola de chefes, o qual teve lugar logo em 1922. Em seguida, procurou preencher todos os cargos associativos, por forma a dinamizar a AEP, convidando personalidades de grande prestígio e envolvendo alguns caminheiros na tarefa de coadjuvação da Comissão Administrativa.
Os Escoteiros de Portugal entraram na que foi, provavelmente, uma das décadas mais brilhantes da sua história, atingindo a Associação um forte efetivo, constituído por cerca de 125 grupos, espalhados por Portugal Continental e Ultramarino.
Entre 1923 e 1927, para dinamizar os grupos, começaram também a realizar-se regularmente concursos inter-patrulhas, cujas atividades despertaram o interesse do público.
Todo o trabalho e dinamismo implementados nestes anos, consolidou-se numa grande atividade que, embora tenha sido a primeira ao nível nacional, a experiência de grandes acampamentos já tinha sido vivida anos antes com a participação dos Escoteiros de Portugal nos Jamborees de 1920 (no Reino Unido) e 1924 (na Dinamarca) e no 1º Congresso Nacional de “Scouting”.
Assim, entre os dias 13 e 23 de agosto de 1927, a Mata Nacional de Queluz recebeu o primeiro Acampamento Nacional dos Escoteiros de Portugal (AcNac), o qual foi também uma Escola de Guias.
Chefe do I AcNac:
Comissário Nacional, Dr. Alfredo Tovar de Lemos.
Encarregados do Curso de Guias: Diniz Curson, Franklin d’Oliveira e Edmundo Santos Matos.
Independentes: Albano da Silva e seu adjunto Júlio Leão de Almeida.
Instrutor de Jogos: Alberto Lima Bastos
Grupos presentes:
De Lisboa: Os Grupos n.ºs 1, 2, 7 e 9 ainda hoje ativos e os extintos Grupos n.º 5, com sede na Cruzada das Mulheres Portuguesas, o nº 11, anexo ao Liceu Camões e o nº 40, anexo ao Colégio Elias Garcia, localizado na avenida com o mesmo nome.
Do Algarve: Os ainda ativos Grupos n.º 6 de Olhão, n.º 59 de Tavira e n.º 60 de Vila Real de Santo António, e os extintos Grupos n.º 49 de Faro (que teve curta duração), o n.º 64 de Portimão (filiado no ano de 1927 e que veio a encerrar em meados dos anos 30), o n.º 65 de Lagos (igualmente filiado em 1927 e cuja ausência de chefia contribuiu para que fosse “apanhado” pela Mocidade Portuguesa).
Marcaram presença os aspirantes dos Grupos em formação de Loulé e Silves (que tomou o n.º 72, mas foi extinto em 1930).
Escoteiros diversos de: Palma, Torres Novas, Santarém, Torres Vedras, Porto, Figueira da Foz, Coimbra, Seixal e Oliveira de Azeméis.
Os escoteiros da Escola de Guias constituíram-se em cinco patrulhas (Leão, Veado, Águia, Formiga e Grilo), para instrução e serviço.
O I AcNac devido à dimensão e organização é um exemplo da evolução dos Escoteiros de Portugal neste período.
Fontes: Jornal «O escoteiro» IV série n.º 10 de nov. de 1927
Comments